quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Simples Assim...

"Sou complexo". 
E diz isso de boca cheia, como se "ser complexo" fosse sinônimo de "ser melhor", de não fazer parte da média. Não ser medíocre. 

Não, cara pálida, ser complexo é ser confuso. É a prova definitiva de que você está verde, tão verde que não consegue identificar (e nem lidar) com as emoções mais primárias. Ou prova que você quer se destacar a qualquer preço, ser diferente e, portanto, complexo, indecifrável. 

A verdade é que você é indecifrável para você mesmo. E aí, toda essa linda e poética complexidade vira confusão. Enquanto isso, a vida, plena em sua simplicidade, passa a largo. Por que você não vê, está ocupado complicando as coisas, se afundando em questões que, em tese, não mereceriam tanta atenção. Nem mereceriam existir. Você está ocupado demais sendo complexo. A vida é curta, sabe?

Já me vangloriei de ser intensa, sem prestar atenção ao que a própria palavra traz: in-tensa. Tensa por dentro. E para quê? O que essa tensão acrescenta? Angústia, questionamentos? E, de novo, para que, se as escolhas mais acertadas que fiz na vida foram na base da intuição? 

Foi aí que resolvi ser simples. E resolver não quer dizer ser, de uma hora pra outra. É uma busca, um exercício. É tentar ver a beleza das coisas menores e aproveitá-las, curtir sem reservas. E comemorar cada pequena vitória. Essa parte foi/é fácil. Adoro celebrar - quem me conhece, sabe.

Ser simples é se livrar de julgamentos, estar aberta a novidades, ao diferente. Não dá pra ser simples seguindo manuais, regras. 

Mas, via de regra, ser simples é viver o momento e conviver com o passado com leveza, entendendo seus ensinamentos sem levá-los nas costas. Até por que qualquer peso extra atrapalha a jornada. Como olhar (de verdade) a paisagem com dor? 

Quero ser simples e, quanto menos penso nisso, mais sou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário