segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Luz(cidez)

Fez uma grande, uma enorme descoberta e, a partir dali, em estado de choque, passou a ver o que a cercava em câmera lenta, com cores saturadas e leves distorções. Uma música triste –sabe-se lá como - entrou na cena, perfeita trilha sonora para o que acabara de descobrir. 

Foi naquele momento, sem razão de ser, que ela teve a certeza de que tudo o que sentia, todo aquele amor, aquela urgência, não passava de um grandessíssimo mal-entendido. Ela definitivamente não gostava dele. 

Gostava, sim, do que ele representava para ela. Parecia sutil, mas quando ela finalmente enxergou a diferença, percebeu o quão gigantesco era o abismo que separava aquele sentimento menor do amor.

Foi preciso esfregar os olhos, respirar fundo e ordenar as emoções. Já sabia o que se passava, de verdade. Era hora de descobrir o que fazer com a revelação. Descartando, por motivos óbvios, a hipótese de sair em disparada, leve e louca, bradando “eureka”.

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