domingo, 8 de janeiro de 2017

Qualé a música?

Numa noite quente de sábado, escutando um som no modo “randômico”, resolveu arrumar a caixa de fotos. E foi assim que traçou uma interessante relação entre os homens que teve ao longo da vida e os estilos musicais. Um exercício divertido – e revelador.

O primeiro namorado era puro rock´n´roll. Transpirava rebeldia, atitude. Era autêntico. Ousado. Energético. Mas over para uma principiante.

Já o namorado seguinte era envolvente, hipnotizante como a música eletrônica. Mas, também como ela, era raso, superficial. E cansou.

O terceiro ... quem foi o terceiro? Ah, esse era música pop. Quem se lembra? Totalmente descartável.

Depois veio o que se tornou marido. Pense em um estilo previsível, matemático, cadenciado, morno. Valsa! Ele era valsa. E, não, ela nunca gostou de valsa.

De volta à vida de solteira, na ânsia por algo mais... quente ... conheceu o tango. Ah, o tango. Passional, sexy, difícil, enigmático, misterioso e... dramático. Muita paixão, muito sexo. E muitas lágrimas. 

Algum tempo depois, ainda em recuperação, foi apresentada ao axé. Despiu, com dificuldade, o preconceito, abriu a mente e experimentou o ritmo. Por pouquíssimo tempo. Como agüentar tamanha falta de conteúdo?

Então conheceu ele, seu último amor. Que poderia ser descrito como uma bela seleção de músicas lentas – as famosas “love songs”. Doce, suave, romântico, leve... até demais. As promessas eram lindas, mas a virada melódica não veio. Cansada do mela-cueca, resolveu virar o dial. 

Era essa a fase atual... mudança de estação, em busca de uma nova canção, ops, paixão. Olhando de novo as fotos jogadas sobre a cama, resolveu, pela primeira vez, ser estratégica. Não procuraria o novo ritmo aleatoriamente como sempre fez. Resolveu que estava pronta para curtir um bom MPB. Daqueles com complexidade, suingue e poesia.

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