Depois do match
Virgínia chegou no bar e ele já estava na mesa ("milagre, eles sempre se atrasam", pensou, sorrisinho de lado). Levantou-se rápido ("oba, ele é bem alto!"), cumprimentou com um beijo respeitoso, puxou a cadeira pra ela. "Aquele encontro prometia", comemorou em pensamento. "Sabia que, um dia, esse aplicativo ia servir pra alguma coisa". Cavalheiro, ele chamou o garçom, pediu a cerveja, uma água pra acompanhar, e sugeriu o petisco. Tirando os jargões típicos de um advogado e palavrões demais pro seu gosto, o papo fluiu bem. E a cada cerveja - que ele bebia bem rápido - a conversa foi se tornando... reveladora. - Detesto carnaval. Esses bloquinhos espalhados por aí sujando a cidade, incomodando gente de bem... odeio. Um bando de desocupados, isso sim. E um monte de gays, esse povinho. - Alguma coisa contra os gays, Caio? - Não, não, nada... desde que eles não fiquem muito perto de mim. Daí em diante, foi ladeira abaixo. - Fiquei casado 1...