sábado, 17 de fevereiro de 2018

Ao pé do ouvido

Quando viu, já era. Virou paixão. Mas nunca foi esse o combinado.

A brincadeira era colocar cor àquela antiga amizade. Adicionar beijos e amassos aos encontros que, diga-se de passagem, sempre foram bons. A ideia era apimentar as coisas entre eles, sem expectativas, sem ilusões. Apenas curtição. Um jeito novo de se curtir.

Nada poderia dar errado.

Eram muito, muito amigos. Confidentes. Parceiros. E, sem aviso prévio, no impulso vindo de doses a mais de álcool, resolveram ir um tiquinho além. Flertaram. Trocaram provocações e bobagens ao pé do ouvido. E, depois, beijos e carícias. Uma, duas, três vezes. Um pouco mais.

Até que ela percebeu o crescente da paixão. O querer mais, o querer só pra ela. Sinais de ciúmes, angústia da saudade. Uma leve febre quando estavam juntos. Um desapontamento ao se despedirem.

E, então, fugiu.
A partir dali, tinha tudo pra dar errado. Pra que ficar pra ver?

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