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A dor que é sair do casulo

"O transe da ayahuasca já passou", pensou Lígia. A sensação que tinha era de torpor, tipo quando a gente volta da anestesia. Só que, nesse caso, uma anestesia às avessas. Durante o “sacramento”, Lígia sentiu tudo com uma intensidade quase insuportável. Sons, luzes, toques. E foi ruim. Foi confuso. Não teve nenhum grande insight, não viu nada com nitidez, mal saiu do banheiro... um mal-estar terrível a acompanhou quase o tempo todo. Parece que ela precisava colocar pra fora coisas bens ruins e fedidas. Pelo menos foi como ela entendeu e, assim, ficou mais conformada. Quando não estava no banheiro, estava lidando com sua solidão - ilustrada por várias alucinações escuras e disformes. Essa foi a revelação: Lígia estava só e triste. Vez ou outra, vinha um conforto: “é um processo, confia. Dê tempo ao tempo”. Mesmo assim, era uma tristeza doída, que se converteu em lágrimas grossas que molharam todo seu rosto. Impossível parar de chorar. Estava se permitindo sentir tristeza e ...

Ele sempre esteve ali, o amor

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Te amo (pra caralho) De um jeito inédito Surpreendente   Pra sempre Desde sempre Sinto saudade Do que a gente nunca teve Daquilo que tivemos muito E que a gente nem sabia A gente viveu quase nada  E foi feliz A gente experimentou quase tudo  E foi absurdamente feliz  Imagina a felicidade do tudo De, um dia, a gente junto? Te amo faz tempo e pra sempre Diferentes amores,  Até chegar no amor de hoje, Urgente, carente Anseio ser inteira sua (isso é tão inédito!) Meu sonho de relação: Risadas, tesão, mente, coração,  desafio, conforto, intimidade, paixão Estava tudo ali, desde sempre Perto, possível Hoje não mais Meu amor idealizado Minha utopia, fantasia, Ilusão. (Já disse que te amo pra caralho?)